segunda-feira, 31 de outubro de 2016

A SAÚDE SE FAZ PELA BOCA !!!


Inseridos em um contexto amplamente consumista e seduzido pelas aparências, a nossa sociedade atual tem seus hábitos alimentares bastante prejudicados, pois, a inclusão massiva de alimentos industrializados nas refeições diárias contribui para um desastroso desequilíbrio do organismo e consequentemente criam uma maior vulnerabilidade às inúmeras doenças que comprometem a saúde do ser humano. Não é difícil nas vivências do dia a dia deparar-se com situações em que muitas crianças e adultos trocam alimentos como sucos naturais, macaxeira, arroz comum, fava, maxixe, quiabo, por alimentos tipo refrigerante, enlatados, salsichas, “Nicim”, cachorro quente, batata frita, entre outros. Ações desse porte permitem perceber o quanto a sociedade carece de uma reeducação alimentar, na perspectiva de reduzir a dependência de uma alimentação totalmente externa e de baixo valor nutricional e, por sua vez, fortalecer a produção e o consumo de alimentos cada vez mais saudáveis e equilibrados.


PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA ATUAL DO SITIO NOVO HORIZONTE

Compreendendo esse paradigma que a maioria da população brasileira e mundial encontra-se inserida, o Sítio Novo Horizonte tem procurado a partir de suas atividades desenvolvidas fortalecer a produção e o consumo de alimentos seguros (Livre de fertilizantes químicos, conservantes e agrotóxicos), de modo a garantir uma saúde melhor para toda a família. Os frutos desse trabalho já são vivenciados constantemente pela família, uma vez que, a partir dessa reeducação alimentar adotada gradativamente, nos últimos 5 anos as necessidades de atendimento médico ou medicamentos foram bastante reduzidas. Tal cenário positivo tem total influência da base alimentar adotada.



Cabe aqui também destacar que com o descaso no provimento de várias políticas públicas, inúmeras famílias apresentam grandes limites quanto à disponibilidade de recursos hídricos, humanos e financeiros que comprometem uma produção diversificada de alimentos. No entanto, não impede que sejam aproveitados a pouca água, tempo, Mão de obra e os espaços disponíveis para ingressar nessa mudança que é gradativa, vislumbrando a  redução do consumo de alimentos manipulados e caminhar rumo a concretização de uma melhor qualidade de vida para todos nós. Afinal, existem sim possibilidades para produzir e consumir alimentos de qualidade, porém, acima de tudo, “É PRECISO QUERER”!!!!!


                                                                                                                         
RICARDO ARAÚJO APRESENTANDO OS ALIMENTOS PRODUZIDOS NO SITIO.







quinta-feira, 21 de julho de 2016

COMPARTILHANDO EXPERIENCIAS, FORTALECENDO AS LUTAS.


No inicio da segunda metade do ano de 2016, mais precisamente no dia 16 de Julho, o Sítio Novo Horizonte teve o imenso prazer de receber pela segunda vez um grupo de estudantes do curso Técnico em Agropecuária do Instituto Federal do Maranhão, Campus Caxias para a realização de um intercambio estudantil.

Observação da roça Tradicional


 Os estudantes vieram acompanhados do Prof: Msc. Diogo Sardinha  e de Ricardo, ambos integrantes do Núcleo de Agroecologia e Produção Orgânica - NEAPO, do referido Instituto Federal.




                                                                                                               
Reflexão sobre a importância da APP (Área de Preservação Permanente)

Manejo da Floresta Secundária (Bacuri e Madeireiras)
Na oportunidade, de inicio, foram realizadas as apresentações tanto da família quanto dos estudantes bem como um aparato geral das principais atividades realizadas pela família ao longo dos anos até o momento atual. O professor também pode esclarecer os principais objetivos do intercambio, considerando que os alunos ora presentes tornarão-se profissionais a partir de 2017. 
Experimento inicial de Abacaxi agroecológico


 Durante todo o dia foi realizado uma caminhada por todas as atividades que a família tem procurado realizar na perspectiva de concretizar o trabalho agroecológico. Assim, foram visitadas a área de trabalho com a roça tradicional que infelizmente ainda prevalece; a APP que abriga o igarapé; O experimento de recuperação e enriquecimento de capoeiras com sabiá; o Manejo da floresta secundária de bacuri; O plantio experimental de abaxi agroecológico em consorcio com arvores madeireiras; estas na propriedade localizada à 03 km da comunidade.
Na segunda propriedade, foram visitados o cultivo de coco e manga; a criação de caprinos e ovinos no sistema silvipastoril; o cultivo de hortaliças; o sistema de tratamento de resíduos humanos e de reaproveitamento de água que está em construção; e por fim a unidade básica de processamento de frutas e sua dinâmica de funcionamento.
Área de cultivo de Frutíferas

Sistema de Tratamento de resíduos e Reaproveitamento da Aguá (em Construção)

Estudantes, Professores e a família
















Enfim, foi mais um momento bastante gratificante e proveitoso, no qual foi possível dialogar com um publico jovem sobre as inúmeras possibilidades de valorização desse espaço rural que ultimamente encontra-se bastante estereotipado pelas influencias das grandes mídias e pela ação avassaladora do perverso capital. "Avante camaradas, que o sol brilhará por todos nós".

terça-feira, 28 de junho de 2016

VIVENCIAS PRATICAS NO TRABALHO AGROECOLOGICO



O Sítio Novo Horizonte desde o ano de 2009 firmou uma significativa parceria com algumas Escolas Famílias Agrícolas – EFAs do Estado do Maranhão e com os Centros Familiares de Formação por Alternância de Ensino Médio – CEFFAs, no qual tem oportunizado a inúmeros alunos destas escolas a vivencia pratica nos trabalhos relacionados à experimentação agroecológica.

 MANEJO DE PEQUENOS RUMINANTES



















CULTIVO AGROECOLÓGICO DE ABACAXI



Durante esses 08 anos já passaram 67 estagiários das instituições educacionais acima citadas convivendo com a família na propriedade em períodos variáveis de 01 a 02 semanas. Há alguns deles que estiverem no Sitio quando cursavam o Ensino Fundamental nas EFAS e três anos depois retornaram quando estão cursando o ultimo ano do ensino médio nos CEFFAs.



PRODUÇÃO DE MUDAS FRUTÍFERAS
ESPAÇO DE INCENTIVO À LEITURA

PRODUÇÃO DE MUDAS DE HORTALIÇAS





DEMARCAÇÃO DE COVAS E FILEIRAS PARA PLANTIO DE HORTALIÇAS



















A família tem procurado desenvolver varias atividades com os diversos alunos desde os trabalhos de Horticultura, Manejo de Caprinos e ovinos, processamento e beneficiamento de frutas, Compostagem orgânica, Manejo de Frutíferas, condução de sistemas agroflorestais, até o envolvimento nas atividades desenvolvidas pela comunidade.












Também é propiciado um espaço pedagógico sendo disponibilizados alguns referenciais técnicos, sociais e políticos, bem como alguns panfletos e relatos de experiências agroecológicas de modo a incentivar e fortalecer o habito da leitura pelos estudantes.



























Enfim, o Sitio Novo Horizonte compreende que os bons resultados até o momento atingidos são reflexos da dedicação e envolvimento familiar, das magníficas parcerias com as EFAs e CEFFAs através das trocas e construções de conhecimentos e do grande apoio de ONGs como ASSEMA e ACESA, que sempre tem motivado e fortalecido as experiências. Entendendo também que o conhecimento e as boas ações necessitam ser compartilhadas de modo a colaborar com a construção de um mundo mais sustentável.
LIMPEZA E ADUBAÇÃO DE COBERTURA DO ABACAXIZEIRO

ADUBAÇÃO EM COQUEIRO



ADUBAÇÃO E COBERTURA MORTA NA ACEROLA

COBERTURA DO SOLO PARA RAMIFICAÇÃO DO PEPINO

PROCESSAMENTO DE FRUTAS

COMPOSTAGEM ORGÂNICA



quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

FORTALECENDO A CULTURA COM OS MULTIRÕES COMUNITARIOS


Nas últimas décadas as comunidades rurais brasileiras e, sobretudo as do Estado do Maranhão, tem sofrido grandes modificações em suas crenças e tradições pela constante influência da modernidade. Contribuindo assim com alterações nos modos de ser e agir dos povos e comunidades tradicionais no campo maranhense. Em meio a esse intenso processo de aculturação perpassado pelos camponeses, A Comunidade Centro dos Cocos tem procurado algumas alternativas para resgatar e fortalecer o diálogo e o trabalho coletivo entre os moradores. 

MUTIRÃO COM ALGUMAS QUEBRADEIRAS
 A titulo de exemplo, tem se adotado a estratégia de mutirões comunitários para a construção de casas, limpezas de Roças e principalmente para a extração da amêndoa do Coco Babaçu. Tratando mais especificamente do processo coletivo de extração da amêndoa do Coco Babaçu, 12 mulheres da comunidade adotaram uma metodologia de modo em que pudessem gerar mais renda a partir desse recurso natural existente e tornando o trabalho menos cansativo. 



QUEBRA COLETIVA NA RESIDENCIA DE IVANETE
 Todas as segundas de cada semana as 12 mulheres individualmente realizam a coleta do babaçu nas áreas de pastagem e vegetação nativa da comunidade. De terça - Feira até Sexta é realizado o mutirão para a quebra do Coco de tal forma em que a cada dia uma quebradeira recebe as demais 11 em sua casa para a realização desse trabalho. Ao final do dia, toda a produção de amêndoa e casca para a produção do carvão é destinada à quebradeira que recebeu as demais em sua residência.



CULTIVANDO VALORES E GERANDO RENDA
  Essa produção diária gira em torno de 80 a 110 Kg de Amêndoas e casca suficiente para produzir de 05 - 07 sacas de carvão. O ciclo de trabalho se dá de tal forma em que todas possam receber as demais em sua residencia e, ao final é iniciado um novo ciclo. Esse trabalho coletivo tem apresentado grandes melhorias no diálogo e no relacionamento entre as quebradeiras e na comunidade em geral, uma vez que, os homens tanto adultos quanto jovens tem passado a contribuir mais ativamente na realização desse trabalho. 


PARTICIPAÇÃO DOS HOMENS NO TRABALHO

Outro aspecto importante a refletir consiste no fato de que a geração de renda atual produzida pelas mulheres com os mutirões, é bastante superior e menos cansativa, comparado ao trabalho individual realizado arduamente em anos anteriores. 









Iniciativas como essa, nos fazem acreditar ainda mais que é possível sim ter uma vida digna no campo, usufruindo das coisas boas do mundo moderno e valorizando o saber local.